Inauguração do acordo de livre comércio de veículos entre Brasil e México – Entrevista do professor da ESPM, Diego Bonaldo Coelho

Brasil e México passam a ter livre comércio de veículos e autopeças

JORNAL NACIONAL/TV GLOBO/SÃO PAULO
Data Veiculação: 19/03/2019 às 20h44
Duração: 00:02:17

Confira reportagem completa e vídeo no site: G1 – PORTAL GLOBO.COM | JORNAL NACIONAL

Brasil e México inauguraram nesta terça-feira (19) um acordo de livre comércio de veículos e autopeças.

Montadoras instaladas nos dois países podem agora comprar e vender carros sem nenhuma barreira comercial, livre de tarifas de importação e sem limite de quantidade. A medida alcança os veículos comerciais leves e as peças usadas na manutenção.

Antes, Brasil e México tinham um regime de cotas – um país podia exportar carros sem impostos para o outro, mas só até um certo limite.

Automóveis e autopeças são os principais produtos da relação comercial do Brasil com os mexicanos. Dados do Ministério da Economia mostram que, em 2018, o Brasil ficou em desvantagem – importou mais do que exportou.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, diz que é favorável à abertura comercial, mas alerta para o risco de uma fuga de investimentos para o México.

“O México é entre 30% e 40% competitivo que a gente, vence em vários fatores: na questão de custos trabalhistas, simplificação tributária, na questão logística, custos de insumos como energia. Em quase todos os setores o México tem vantagem competitiva em relação ao Brasil”, disse Magale.

O governo brasileiro, no entanto, entende que é possível manter a competitividade porque o acordo com o México tem um detalhe importante: só terão direito a cruzar a fronteira sem pagar tarifa carros com 40% de peças produzidas no Brasil ou no México.

No regime anterior, esse percentual era de 35%. Por causa dessa mudança, o governo espera que os mexicanos comprem mais peças brasileiras.

E se os mexicanos não conseguirem cumprir essa meta agora, o governo pretende negociar condições melhores para o livre comércio de caminhões e ônibus, previsto para começar em 2020. E até de produtos agrícolas.

Diego Bonaldo Coelho, coordenador do Observatório de Multinacionais da ESPM, diz que o acordo é uma sinalização de abertura da economia brasileira.

“Nós não vamos poder pensar no setor automotivo como pensávamos antes. Vai mudar: carros compartilhados, novos tipos de carros. Nesse ponto, acordos desse tipo, principalmente de liberalização comercial, podem ser muito interessantes e benéficos para ambos os países”.

 

Conheça também...